terça-feira, 16 de junho de 2009

Lingua materna no ensino


Por reivindicarem o direito à aprendizagem na lingua materna, as crianças de Soweto foram massacradas num dia como este, em 1976. Todos os anos, a 16 de Junho, assinala-se a data com muitos actos... que não mudam nada. As crianças cabo-verdianas continuam privadas desse mesmo direito: o de ter a sua lingua materna como língua de ensino e disciplina nos curriculos escolares.

domingo, 14 de junho de 2009

Casa para todos? Acredito vendo

O programa do Governo “Casa para Todos”, lançado com pompa e circunstância, é daqueles trabalhos de Hércules a que os cépticos torcem o nariz. Lançado em 2009, ano de lutas internas no seio dos partidos, passando por 2010, ano pré-eleitoral, para ser concluído em 2011, ano de batalhas eleitorais. Alguém acredita que a oposição irá ajudar a situação a aprovar todos os diplomas necessários para que o “Casa para Todos” seja efectivado?

Por outro lado, ainda falta mobilizar os recursos financeiros, 17 milhões de contos. Isto em cenário de crise. Aliás, a Ministra das Finanças já disse, com todas as letras, que vamos ter que apertar os cintos – não vejo como, os contribuintes cabo-verdianos têm os cintos completamente esburacados! Segundo Cristina Duarte, o investimento estrangeiro está a minguar, bem como as receitas fiscais e de exportação. Então, onde vamos buscar tanto dinheiro?

São 17 milhões de contos. Quase cinco vezes mais do que custou a estrada Porto Novo-Janela, “a maior obra feita desde 1975”, segundo o Primeiro-ministro. Se o Governo levou um par de anos a reunir 3,5 milhões de contos, imaginem então 17 milhões, em cenário de crise internacional.

Não quero ser pé frio, mas não bato palmas para este projecto. Nisto de obras – e são 15 mil casas para reabilitar e oito mil para construir em dois anos, sou como São Tomé. Até ver, esse projecto não passa de propaganda.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

ACAP em lume brando

A Associação Cabo-verdiana de Artistas Plásticos foi criada há dois anos para representar e valorizar os artistas nacionais e acarinhar os novos talentos. De lá para cá, a ACAP caiu no ostracismo. O último registo público da Associação foi o mural de São Vicente, pintado na zona de Fonte Meio, no Mindelo. A direcção actual, que só tem mais um ano de mandato, reconhece que não está a conseguir dar vazão ao projecto ambicioso a que a ACAP se propôs. "É o marasmo", decreta Zé Leopardo, mesmo assim confiante de que esta fase será ultrapassada. Já o presidente da ACAP, João Fortes, prefere apontar as dificuldades. "Há uma grande mobilidade de artistas, têm os seus projectos e viajam muito. Então, os projectos da Direcção ficam atrasados", afirma. Por outro lado, a ACAP não tem incenticos financeiros do Estado e nem patrocinadores privados. Assim, não consegue alugar e nem adquirir um espaço para sede. Resta a promessa da autarquia de São Vicente, de ceder um espaço à ACAP. Há um ano que esperam que a promessa se cumpra. Enquanto isso, tratam da legalização da Associação. Aqui também há um longo compasso de espera... dois anos. Enquanto isso, há projectos e expectativas na gaveta, numa missão que tarda em cumprir-se.

E o ambiente foi pro brejo

A propósito do dia mundial do ambiente, há dias ouvimos a Presidente da Câmara de São Vicente a dar lições sobre a preservação do ambiente, na linha do que já vem sendo hábito. BRIU aplaude todo esse fulgor que a Zau coloca na defesa de causas nobres. Por isso, não se compreende a decisão da Câmara de São Vicente de encerrar o Plano Ambiental Municipal. De acordo com o próprio vereador do Ambiente, António Monteiro, a autarquia não gostou de ver minguada a fatia que recebia do Fundo Nacional do Ambiente - desceu para apenas dez mil contos, a menor fatia a nível nacional. A Câmara encerrou o Plano e transferiu os funcionários afectados àquele serviço para a Direcção do Ambiente.
O Fundo Nacional do Ambiente alega que tomou essa decisão porque a autarquia de São Vicente não prestou as contas devidas.

Independentemente de quem tenha razão, esta é uma informação que interessa aos sãovicentinos... afinal, prestação de contas não é só nas urnas.